segunda-feira, 21 de novembro de 2011

To emigrate or not to emigrate, that is the question

Fiquei algo estupefacta com as declarações feitas a semana passada por membros da classe governativa portuguesa, exortando (ou assim pareceu) à imigração dos jovens, em particular aqueles que são qualificados.
A bem da verdade, a esta distância, enquanto imigrada e com qualificações que sou, o comentário chocou-me por me parecer o contrário do que se quererá para o país. Qualquer país o quer é captar a sua massa de gente qualificada, não que ela se vá embora para um dia, talvez, regressar. É certo, que o ministro em causa terá acrescentado que esta perspectiva de emigração deveria ser a médio curto prazo e perspectivando o regresso (?!?). Maior o meu espanto.

A decisão de emigrar - que não é fácil, diga-se de passagem - raras vezes é pensada por períodos curtos de tempo, sobretudo quando se emigra para longe e quando não se tem nenhum vínculo laboral à Pátria (o que será a maior parte dos casos dos qualificados mencionados). Emigrar implica estabelecer raízes noutro local, construir uma vida... e convenhamos, isso não se faz normalmente em curto/médio prazo. Tirando por pura necessidade ou vocação (classe diplomática), ninguem saltita de um lado de 2-3 anos de terra em terra.

Perspectivando o regresso? dado o estado da nação, como é que isso se perspectiva? se há algo que me tem entristecido nestes meses é precisamente o facto de não ver como perspectivar o regresso - e sim, eu era daquelas que a saída era por um curto/médio prazo, pese embora tudo o que há pouco escrevi. E concluo cada vez mais que não se emigra por curtos-médios prazos e que as perspectivas são parcas.

mas pode ser apenas o contágio de negativismo....

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