Perde o ar novamente.
A água escorre-lhe pelo corpo, sem lhe dar o alívio que esperava. O fim do dia e da semana pesam-lhe sobre cada um dos seus músculos e sobre cada uma das suas articulações, os pensamentos vagueiam como se de fantasmas se tratassem. E como se de fantasmas se tratassem, atormentam-na, com a persistência que só os fantasmas podem ter, porque são imunes ao conceito de “tempo”.
Volta a respirar fundo e, novamente, falta-lhe o ar. Sabe que sairá do banho e não se reconhecerá no espelho. Sabe que sentirá medo perante essa percepção: a de que está perante uma estranha que o não devia ser. A falta de ar radica nessa certeza, na certeza de que já não sabe quem é. E que a sua humanidade não regressou com a passagem da água pelo corpo, como em tempos era possível. Também isso mudou. A sua existência em modo automático passou a dominar e o ritual diário de, com a água, despir a máscara de autómata que vestira pela manhã para se proteger, deixou de surtir efeito.
domingo, 27 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Desafio 2012
Uma amiga tem andado a desafiar-me para eu fazer um projecto com as fotografias que vou tirando nesta minha experiência asiática.... decidi aceitar o repto, com o senão de muitas fotografias não virem a ser colocadas online, já que foram tirdas ao acaso e não tenho a devida autorização para as tornar públicas no mundo virtual. Seja como for, aqui fica o link para o site e on vera!
http://pontosdevista.aminus3.com
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